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Rádio Eclesia

08/01 Comentários Homiléticos Epifania do Senhor
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1a LEITURA – Is 60,1-6

Jerusalém está em situação desoladora, pouca gente e falta total de recursos. O profeta aqui tem um papel importante: precisa levantar o moral do povo trazendo força e esperança. Lembra que o Senhor não deixou de ser esposo fiel da cidade. Ela será de novo ponto de convergência de todas as nações. O Senhor vai enriquecê-la de filhos e de presentes. Sua paixão por Jerusalém ainda a fará iluminar-se de esplendor.

Alguns destaques:

1o – Um convite a ficar de pé, a criar coragem, a fazer brilhar a luz de Deus que está nela. O mundo inteiro está em trevas, mas o Senhor – o esposo fiel – brilha em Jerusalém com sua luz e sua glória.

2o – Por causa da presença do Senhor as nações caminharão no clarão da luz de Jerusalém e  todas unidas farão uma grande peregrinação para a cidade, onde reside a glória do Senhor. Jerusalém precisa erguer os olhos e ver isso para o seu coração se alegrar como se alegra o coração da mãe de muitos filhos.

3o – Através das nações o Senhor – o esposo – encherá a esposa de presentes: as riquezas do mar e os tesouros das nações, ouro e incenso para o culto no Templo, que será reconstruído para a glória de Deus. Todas as nações proclamarão os louvores do Senhor.

4o – As alusões aos tesouros do Oriente e a perspectiva universalista de Is 60,6 levaram a liturgia a aplicar este texto ao mistério da Epifania (Bíblia de Jerusalém).

2a  LEITURA – Ef 3,2-3a.5-6

Provavelmente um discípulo de Paulo, fazendo as vezes dele, escreveu para as comunidades de Éfeso e arredores. Deus concedeu a Paulo uma graça especial em relação aos pagãos – a graça do apostolado. Paulo diz que Deus aprouve revelar a ele o mistério do seu amor, o mistério de Cristo. Esta revelação pessoal a que Paulo se refere deve ter acontecido no caminho de Damasco por ocasião da sua conversão. Quando Paulo usa a palavra mistério ele quer se referir à revelação do plano de Deus. Paulo já expôs para as comunidades nos capítulos anteriores este plano de Deus.

Este projeto de Deus foi oculto aos homens do passado, mas, agora, Deus quis revelá-lo aos seus santos apóstolos e profetas do Segundo Testamento.

Que plano, que projeto é esse? É que a Boa Notícia da salvação não se restringe mais aos judeus, mas agora é endereçada a todos os povos. Os gentios não são mais em nada inferiores aos judeus. Eles se tornam com a novidade do evangelho:

1o – Co-Herdeiros. Deus ama a todos e a herança da salvação é repartida com os gentios, os pagãos.

2o – Membros do mesmo corpo de Cristo. A Igreja universal é o Corpo; Cristo é a cabeça. Pois bem, os gentios são membros do corpo de Cristo com igual dignidade.
3o – Co-Participantes da Promessa. A promessa de salvação em Cristo atinge também os pagãos, pois Deus não quer ninguém excluído da possibilidade de participação no seu projeto de amor.

EVANGELHO – Mt 2,1-12

Em sintonia com a segunda leitura, no evangelho de hoje, vamos ver que a missão de Jesus é universal, não se restringe aos judeus, antigo povo de Deus. O povo de Deus, agora, são todos aqueles que caminham até Jesus e reconhecem sua realeza e divindade. É preciso que cada um se decida a favor ou contra Jesus. Os líderes judaicos se definiram contra Jesus. Os pagãos o acolheram. Aqui temos Jesus contra o rei Herodes e Belém contra Jerusalém. Quer dizer, Jesus, verdadeiro rei dos judeus, não nasce na capital, lugar dos poderosos, e não é violento e prepotente como o rei Herodes. Ele nasce na pequena Belém, cidade do rei-pastor, Davi. Jerusalém, ou seja, os judeus (representados pelas lideranças) querem matar Jesus, mas os pagãos (representados pelos magos) o reconhecem como rei e Senhor. Eles são capazes de reconhecer no “menino da periferia” o Salvador do mundo. Percebem que Deus quer trazer a salvação a partir dos pobres, marginalizados e humildes, e não a partir da prepotência dos grandes e poderosos. Os magos se colocam a serviço do novo rei (prostram-se) e apresentam para Jesus o que eles têm de melhor: o ouro que simboliza a realeza; o incenso que simboliza a divindade; e a mirra que vai lembrar a paixão de Jesus. Conhecendo Jesus como seu rei, seu Deus e seu redentor, os magos retornam por outro caminho, ou seja, rompem com Herodes e Jerusalém, rompem com a ideologia dos grandes, rompem com o poder opressor. Lembramos que o evangelho da infância (Mt 1-2) é muito mais teológico do que histórico.

Dom Emanuel Messias de Oliveira

             Administrador Apostólico – Diocese de Caratinga