1ª LEITURA – Dt 4,32-34.39-40
Trata-se de uma chamada à conversão em dois tempos.
Num primeiro momento, temos um desabafo histórico. Israel é convidado a olhar o passado e a contemplar as maravilhas do Senhor em seu favor. Aqui se relembra o povo permanecendo vivo, apesar de ter ouvido a voz de Deus em meio ao fogo, a eleição através de sinais e prodígios, com lutas e vitórias como a libertação do Egito.
Num segundo momento, Israel deve tomar consciência, reconhecer e gravar no coração que o Senhor é o único Deus em todo o universo. Dessa tomada de consciência decorre um compromisso: guardar as leis e os mandamentos prescritos no Dt 12-28. Disto vai depender a felicidade do povo e sua longevidade na Terra Prometida.
Estes dois momentos podem ser atualizados na história da Nova Aliança. O que fez Deus por nós em Jesus Cristo? Que compromisso decorre do nosso batismo na morte e ressurreição de Jesus? Da fidelidade ao Evangelho vai depender nossa vida definitiva de comunhão eclesial e trinitária.
2ª LEITURA – Rm 8,14-17
A maior novidade trazida por Jesus Cristo através do dom do Espírito é a transformação do homem em filho de Deus. Acontece em nós, através do batismo, um relacionamento novo e radical; quando batizados, nos deixamos guiar pelo Espírito de Deus; podemos nos relacionar com o Pai do mesmo modo que Jesus, o Filho, se relaciona, ou seja, chamar o Pai de “Papai”, expressão cheia de ternura, intimidade e total confiança, com a qual a criança chama seu pai. O sentimento de medo, a atitude de escravos desaparece, quando nos deixamos guiar pelo Espírito de Deus. É claro, deixar-se guiar pelo Espírito de Deus é deixar-se guiar pelo mesmo Espírito que conduziu Jesus à realização plena de sua missão. É seguir os passos de Jesus. Quem segue os passos de Jesus em direção ao Calvário aprende o itinerário que o conduziu à glória. Por isso Paulo diz que: “se somos filhos, somos também herdeiros, já que sofremos com ele, para sermos também glorificados com ele”.
EVANGELHO – Mt 28,16-20
Mateus encerra seu evangelho com a última aparição do ressuscitado, com o envio missionário e com a promessa de Jesus de uma presença contínua na Igreja.
A aparição
Podemos dizer que as aparições são uma realidade que brotam de uma profunda experiência de fé, mas não são um fato simplesmente material. Para perceber uma aparição é preciso fé e não apenas olhos, por isso alguns duvidaram. Foi isso que Mateus diz: “Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda assim alguns duvidaram”. A prostração indica a adoração do Cristo que já foi glorificado junto ao Pai. É a expressão da fé da comunidade a da sua submissão ao seu Senhor glorioso. A dúvida retrata também a comunidade. Nem todos têm o mesmo fervor, a mesma vivência de fé.
A missão
A cena anterior e as palavras de Jesus, dizendo que recebe do Pai toda autoridade, querem mostrar que estamos diante do Cristo glorioso cheio de autoridade e poder. Aqui, vem a missão de ir e fazer todos os povos discípulos seus. Isto deve ser feito através do batismo e do ensinamento. O batismo deve ser administrado em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ou seja, em nome da Trindade. Aqui, é bom lembrar que uma pessoa em perigo de morte pode ser batizada por um cristão. É o batismo simples ou de emergência. Diz-se o nome da pessoa e a fórmula prescrita pela Igreja: (nome da pessoa) eu te batizo em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Enquanto se fala a fórmula trinitária, joga-se água três vezes sobre a cabeça da pessoa. O batismo é o sinal do compromisso com a comunidade, por isso não basta batizar. É preciso também ensinar; ensinar não apenas a doutrina cristã, mas a vivência, ou seja, ensinar a observar tudo o que Jesus ordenou. Em síntese, é a vivência de comunhão de amor, de serviço na comunidade.
A presença
A presença de Jesus, Emanuel, Deus conosco, reassume a promessa de Deus no Primeiro Testamento (cf. Ex 3,12). Jesus estará com sua Igreja para incentivá-la, socorrê-la nos momentos de perseguição e crise, para ajudá-la e alimentá-la todos os dias, até o fim do mundo. A promessa da presença de Jesus todos os dias, até o fim do mundo, me faz pensar nas outras religiões e seitas cristãs. Se por suas fraquezas humanas a Igreja já se descaracterizou (deixou de ser a Igreja de Jesus Cristo) e deu margem a formação ou “reformação” em outras Igrejas, então eu não preciso acreditar nas promessas de Jesus Cristo, porque ele não manteve sua palavra! E aí? Como ficam as outras denominações Cristãs!
Atenção: Em homenagem à Santíssima Trindade e por respeito à sua fé procure fazer o “nome do Pai” bem feito e bem devagar; você está professando a fé no nosso Deus uno e trino; fé no mistério da Santíssima Trindade e professando a fé na salvação que vos vem através da cruz de Cristo.
Fonte: Diocese de Caratinga