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Rádio Eclesia

16/12 Comentários Homiléticos 3º DOMINGO DO ADVENTO
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1a LEITURA – Is 61,1-2a.10-11

Hoje, estamos lendo o 3o Isaías (capítulo 56-66), o profeta da esperança, esperança de vida nova na cidade santa de Jerusalém, esperança de reconstrução da vida do povo. O profeta é o ungido de Deus. Cheio do Espírito do Senhor, ele anuncia sua missão; é um evangelho, ou seja, uma boa notícia para todos os marginalizados e injustiçados, para os pobres de todo tipo de pobreza; foi enviado para curar os de coração quebrantado, proclamar aos cativos a libertação  e aos encarcerados a liberdade. Ele vem proclamar o Ano Jubilar, “o ano da graça do Senhor”. Este ano deveria ser celebrado de 50 a 50 anos (cf. Lv 25,10). Era um ano em que todos os pobres e cativos recuperavam sua liberdade e suas antigas posses apropriadas pelos mais ricos. Era uma espécie de reorganização da grande família do povo de Deus, numa busca de liberdade e vida para todos. Era o fim das injustiças sociais. Ano Jubilar significa ano de júbilo, de alegria para todos. O profeta, encarando a vida do povo, se sente transbordando de alegria, porque o Senhor o revestiu com vestes de salvação e o cobriu com o manto da justiça, como um noivo que se adorna com a coroa, como uma noiva enfeitada de joias. Este é o futuro do povo – ser a esposa de Javé. Isto é obra do próprio Deus, que fará germinar a justiça e a glória diante de todas as nações.

 

2a  LEITURA -1Ts 5,16-24

Estamos na exortação final da 1a carta de Paulo, que é, ao mesmo tempo, o primeiro escrito do Segundo Testamento.

Primeiramente, o apóstolo lembra o que Deus deseja da comunidade: oração constante, alegria contínua, sempre agradecida por tudo. A lembrança do agradecimento, da ação de graças faz, o apóstolo pensar na Eucaristia, na qual a comunidade se sente unida como Corpo de Cristo. Realmente, o desejo de Deus tem sentido, pois a comunidade pertence a Cristo Jesus. Todos somos membros do Corpo de Cristo, que é a Igreja-comunidade.

Segundo – É ali, na comunidade, que os dons vão se manifestando e ninguém pode extinguir o Espírito nem desprezar as profecias. Profetizar não significa revelar o futuro, mas falar em nome de Deus. Como a gente sabe que alguém está falando sob a inspiração divina? É examinando tudo; só o que é virtuoso e for bom para a comunidade é que vem do Espírito.

Terceiro – Paulo está preocupado com a santidade. Ele reza pedindo que o próprio Deus da paz messiânica leve todos à perfeição, conservando todos e cada um inteiramente (espírito, alma e corpo) sem mancha alguma até à 2a vinda do Senhor Jesus.

EVANGELHO – Jo 1,6-8.19-28

Como no domingo passado, parece que a Liturgia quer nos apresentar a figura de João com o seu testemunho a respeito de Jesus.

Quem é João Batista? Não é um homem qualquer. Ele é um enviado de Deus na linha dos profetas. Ele tem um nome: João (Deus é misericordioso). Foi enviado como testemunha qualificada para dar testemunho da luz no meio de uma sociedade, que vivia nas trevas do erro e do pecado, principalmente, do pecado da injustiça e da opressão, encarnado nas lideranças do povo. A missão de João é testemunhar Jesus como a vida-luz do mundo. Mas, através da Lei, os líderes estavam massacrando o povo. O evangelista vai corrigir isto, mostrando que a vida trazida por Jesus é que é luz para todos. O testemunho de João é, primeiramente, expresso de forma negativa . Nega ser o Messias, nega ser Elias, nega ser o profeta esperado (cf. Dt 18,15-18). A comissão de inquérito enviada pela elite tinha que levar uma resposta, que tranquilizasse a estabilidade do sistema de morte, que mantinha a elite no poder. Os donos do poder temem a chegada de um reformador das instituições como o Messias, Elias ou Moisés, que os faria perder cargos e status. Mas eles ainda insistem em saber quem é João, pois, afinal de contas, ele está batizando; isto não é prerrogativa do Messias? Então, João dá um testemunho positivo: citando Is 40,3: “Eu sou uma voz que grita no deserto…” João é apenas uma voz, Jesus é a Palavra. O deserto ainda relembra a caminhada dolorosa. O povo ainda está na outra margem do Jordão. Jesus-Palavra vai conduzir o povo para a terra da liberdade e da vida. Aqui, João dá testemunho de Jesus. O batismo de João é com água; simboliza a ruptura com o sistema opressor para conduzir o povo para aquele que virá depois dele, Jesus. Jesus instaura uma sociedade nova. Ele é mais importante do que João. João não merece nem desamarrar a correia das sandálias de Jesus.

Opção: Lc 1, 46-48.49-50.53-54 ( para ficar mais claro: Lc 1,46-56: o Magnificat)

– O “Magnificat”.

Antecede o “Magnificat a visita de Maria à sua parenta Isabel, onde vemos um encontro luminoso com a presença do Espírito Santo em todos os perrsonagens: Maria, Isabel, João Batista e Jesus. Todo aquele intercâmbio de vida, todo aquele diálogo de amor, à luz do Espírito Santo, leva Maria a um canto de ação de graças e de louvor, inspirado no canto de Ana, a mãe de Samuel (cf. Sm 2,1-10). É que tanto lá como aqui se realimenta a esperança dos pobres por uma intervenção de Deus Salvador. Jesus, de fato, significa Deus salva.

A primeira parte do canto (vv. 46-49) apresenta o louvor e a santificação do nome de Deus por parte de Maria. Na verdade, Deus pôs seu olhar sobre aquela humilde jovem de Nazaré, fazendo grandes coisas em seu favor. Deus exalta sua humildade, de tal modo que todas as gerações têm a obrigação  de chamar a Mãe de Deus de bem-aventurada, ou seja, de Santa.

Este canto, que Lucas colocou nos lábios de Maria, relembra o que Deus fez em Maria, a serva do Senhor, mas recorda também o que Deus fez pelos pobres através de Jesus. Ele inverte as falsas situações humanas no campo religioso, político e social. No campo religioso (vv. 50-51), sua misericórdia perdura para sempre para os que o temem. Aos que não o temem – os orgulhosos – Ele dispersou com a força do seu braço. No campo político (v. 52) Ele derrubou do trono os poderosos. Quanto aos humildes, submissos e oprimidos, Ele os exaltou. No campo social (v. 53) Ele cumulou de bens a famintos e despediu ricos de mãos vazias. Jesus é a misericórdia de Deus em ação, trazendo vida para todos, restaurando a fraternidade entre os filhos de Deus. Por fim, Deus, lembrando de sua misericórdia, cumpre as promessas feitas a Abraão em favor de Israel, servo de Deus.