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Rádio Eclesia

27/12 Notícias da Igreja O Papa: o sacrifício dos perseguidos muda os corações e salva os homens
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Francisco reza a Oração do Angelus com os fiéis na Praça São Pedro e recorda a figura de Santo Estevão e os perseguidos dos dias de hoje por causa de sua fé.

Silvonei José – Vatican News

Nesta terça-feira (26), um dia após o Natal celebramos a Festa de Santo Estêvão, o primeiro mártir. E o Papa Francisco junto com os fiéis reunidos na Praça São Pedro rezou ao meio-dia a Oração mariana do Angelus.

Na sua breve alocução que precedeu a Oração Francisco recordou que encontramos o relato do martírio de Estevão nos Atos dos Apóstolos, onde é descrito como um homem de boa reputação, que servia em refeitórios e administrava a caridade.

“É precisamente por causa dessa generosa integridade – disse Francisco – que ele não pode deixar de testemunhar o que lhe é mais precioso: testemunhar a sua fé em Jesus”.

A sua fé em Jesus – sublinhou o Papa – provoca a ira de seus adversários, que o matam apedrejando-o sem piedade.

O Santo Padre recorda então que tudo ocorre diante de um jovem, Saulo, zeloso perseguidor dos cristãos, que atua como “garante” da execução.

“Pensemos por um momento nessa cena: Saulo e Estêvão, o perseguidor e o perseguido. Entre eles parece haver um muro impenetrável, duro como o fundamentalismo do jovem fariseu e como as pedras atiradas contra o homem condenado à morte. No entanto, além das aparências, há algo mais forte que os une: por meio do testemunho de Estêvão, de fato, o Senhor já está preparando no coração de Saulo, sem que ele saiba, a conversão que o levará a ser o grande apóstolo Paulo”.

O Papa Francisco destaca em seguida que Estêvão, seu serviço, sua oração e a fé que ele proclama, a sua coragem e especialmente seu perdão na hora da morte, não são em vão. “Dizia-se, em tempos de perseguição – e ainda hoje é correto dizer isso – que “o sangue dos mártires semente de cristãos”. Parecem terminar em nada, mas, na realidade, seu sacrifício lança uma semente que, correndo em direção oposta das pedras, planta-se, de maneira oculta, no peito de seu pior rival.

O Pontífice recordou então as perseguições dos nossos dias: “hoje, dois mil anos depois, infelizmente vemos que a perseguição continua:  há perseguição dos cristãos… ainda existem – e são muitos – aqueles que sofrem e morrem por dar testemunho de Jesus, assim como existem aqueles que são penalizados, em vários níveis, por se comportarem de maneira coerente com o Evangelho, e aqueles que fadigam todos os dias para permanecerem fiéis, sem clamor, aos seus bons deveres, enquanto o mundo ri deles e prega outra coisa”,

“Também esses irmãos e irmãs – disse o Papa – podem parecer fracassados, mas hoje vemos que não é assim. De fato, hoje como ontem, a semente de seus sacrifícios, que parece morrer, brota e dá frutos, porque Deus, por meio deles, continua a fazer maravilhas, a mudar os corações e a salvar os homens”.

Francisco concluiu suas palavras pedindo que nos perguntemos: “eu me interesso e rezo por aqueles que, em várias partes do mundo, ainda hoje sofrem e morrem pela fé? Tantos que são assassinados pela fé. E, por sua vez, procuro testemunhar o Evangelho com coerência, com mansidão e confiança? Creio que a semente do bem dará frutos, mesmo que eu não veja resultados imediatos? Maria, Rainha dos mártires, ajude-nos a dar testemunho de Jesus”.

Fonte: Vatican News