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Rádio Eclesia

06/09 Notícias da Igreja O Papa adverte para as ideologias na Igreja e no mundo
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No diálogo com os jornalistas no voo de regresso da Mongólia, Francisco falou do Sínodo, explicando que “não é um programa de Tv” e não é uma assembleia parlamentar. O Pontífice explicou o significado de suas palavras aos jovens russos, reiterando que se tratava de um convite a não esquecer sua grande herança cultural.

VATICAN NEWS

Matteo Bruni

Obrigado, Santidade, por esses dias intensos de encontro com esse pequeno povo rico em cultura em uma grande terra, como o senhor a descreveu, e também com uma comunidade cristã viva que dá testemunho de sua fé com frescor. Os jornalistas puderam se interessar e conhecer esse lugar e ainda têm algumas perguntas que gostariam de fazer ao senhor.

“Bom dia a todos e obrigado pela companhia. Obrigado pelo trabalho que vocês fizeram. Mostrando com a mídia também a cultura desse povo, a história. Muito obrigado!”

Jargalsaikhan Dambadarjaa (The Defacto Gazete):

Muito obrigado, Santidade, por ter visitado a Mongólia. Minha pergunta é: qual foi seu principal objetivo com essa visita e está satisfeito com o resultado alcançado?

“A ideia de visitar a Mongólia me veio à mente pensando na pequena comunidade católica. Faço essas viagens para visitar as comunidades católicas e também para entrar em diálogo com a história e a cultura dos povos, com aquilo que é a mística de um povo. É importante que a evangelização não seja concebida como proselitismo. O proselitismo sempre restringe. O Papa Bento XVI disse que a fé não cresce por proselitismo, mas por atração. O anúncio evangélico entra em diálogo com a cultura. Há uma evangelização da cultura e também uma inculturação do Evangelho. Porque os cristãos também expressam seus valores cristãos com a cultura de seu próprio povo. Isso é o oposto do que seria uma colonização religiosa. Para mim, a viagem era conhecer esse povo, entrar em diálogo com esse povo, receber a cultura desse povo e acompanhar a Igreja em seu caminho com muito respeito pela cultura desse povo. E estou satisfeito com o resultado”.

Ulambadrakh Markhaakhuu (ULS Suld Tv)

O conflito de civilizações de hoje só pode ser resolvido por meio do diálogo, como Vossa Santidade disse. Ulan Bator pode se oferecer como plataforma para um diálogo internacional entre a Europa e a Ásia?

“Penso que sim. Mas vocês têm uma coisa muito interessante, que também favorece esse diálogo, e me permito chamá-la de ‘mística do terceiro vizinho’, que lhes permite seguir adiante numa política do terceiro vizinho. Veja que Ulan Bator é a capital de um país mais distante do mar, e podemos dizer que sua terra está entre duas grandes potências, a Rússia e a China. E é por isso que sua mística é tentar dialogar também com seus “terceiros vizinhos”: não por desprezo por esses dois, porque vocês têm boas relações com ambos, mas por um anseio de universalidade, para mostrar seus valores ao mundo inteiro e também para receber dos outros os valores deles para que vocês possam dialogar. É curioso o fato de que, na história, sair em busca de outras terras muitas vezes foi confundido com colonialismo, ou com o entrar para dominar, sempre. Em vez disso, vocês, com essa mística do terceiro vizinho, têm essa filosofia de sair para buscar, a fim de dialogar. Gostei muito dessa expressão do terceiro vizinho. É uma riqueza de vocês”.

Cristina Cabrejas (EFE)

Ontem o senhor enviou uma mensagem ao povo chinês e pediu aos católicos que fossem bons cidadãos, depois que as autoridades do país não permitiram que os bispos fossem à Mongólia. Como estão as relações com a China no momento? E há alguma notícia sobre a viagem do cardeal Zuppi a Pequim e a missão na Ucrânia?

“A missão do cardeal Zuppi é uma missão de paz que eu designei. E ele fez um plano que previa visitar Moscou, Kiev, Estados Unidos e também Pequim. O cardeal Zuppi é um homem de grande diálogo e visão universal, ele tem na sua história a experiência do trabalho feito em Moçambique na busca pela paz e por isso eu o enviei. As relações com a China são muito respeitosas, muito respeitosas. Pessoalmente, tenho uma grande admiração pelo povo chinês, os canais são muito abertos, para a nomeação dos bispos há uma comissão que vem trabalhando há algum tempo com o governo chinês e com o Vaticano, e depois há muitos, ou melhor, há alguns padres católicos ou intelectuais católicos que são frequentemente convidados a dar cursos em universidades chinesas. Acredito que devemos avançar no aspecto religioso para nos entendermos melhor e para que os cidadãos chineses não pensem que a Igreja não aceita sua cultura e os seus valores e que a Igreja dependa de uma outra potência estrangeira. A comissão presidida pelo cardeal Parolin está fazendo isso de forma amigável: estão fazendo um bom trabalho, e também do lado chinês, as relações estão em andamento. Eu tenho um grande respeito pelo povo chinês.”

Gerard O’Connell (America Magazine)

Sua Santidade, as relações entre o Vietnã e a Santa Sé são muito positivas neste momento e deram um passo notável recentemente. Muitos católicos vietnamitas pedem que o senhor os visite, como fez na Mongólia. Existe a possibilidade agora de visitar o Vietnã, há um convite do governo? E que outras viagens estão planejando?

“O Vietnã é uma das experiências de diálogo muito bonitas que a Igreja teve nos últimos tempos. Eu diria que é como uma simpatia no diálogo. Ambos os lados tiveram a boa vontade de se entender e de procurar caminhos para avançar, houve problemas, mas no Vietnã acredito que, mais cedo ou mais tarde, os problemas serão superados. Um tempo atrás, conversamos livremente com o presidente do Vietnã. Estou muito otimista sobre as relações com o Vietnã, há anos que se faz um bom trabalho. Lembro-me de que, há quatro anos, um grupo de parlamentares vietnamitas veio nos visitar: tivemos um bom diálogo com eles, muito respeitosos. Quando uma cultura se abre, existe a possibilidade de diálogo; se houver fechamento ou suspeitas, o diálogo é muito difícil. Com o Vietnã o diálogo é aberto, com seus prós e contras, mas é aberto e lentamente avançamos. Houve alguns problemas, mas eles foram resolvidos. Quanto a uma viagem ao Vietnã, se eu não for, certamente irá João XXIV. É certo que irá, porque é uma terra que merece seguir em frente, que tem a minha simpatia. Sobre outras viagens, tem Marselha e depois tem algum pequeno país da Europa e estamos vendo se conseguimos fazê-la, mas, para falar a verdade, para eu fazer agora uma viagem não é tão fácil como no início, há limitações para caminhar e isso limita, mas vamos ver.”

Fausto Gasparroni (ANSA)

Santidade, as suas declarações suscitaram recentemente debates entre os jovens católicos russos sobre a grande Mãe Rússia, o legado de figuras como Pedro, o Grande e Catarina II. Estas são declarações que – digamos – irritaram muito os ucranianos, por exemplo, também tiveram consequências na esfera diplomática e foram vistas, de certa forma, quase como uma exaltação do imperialismo russo e uma espécie de apoio às políticas de Putin. Gostaria de lhe perguntar por que sentiu a necessidade de fazer estas declarações, se avaliou a oportunidade de fazê-las, se as repetiria; e também, para maior clareza, se pode nos dizer o que pensa sobre os imperialismos e, em particular, sobre o imperialismo russo?

“Vejamos o contexto onde aconteceu o fato: um diálogo com os jovens russos. No final do diálogo dei-lhes uma mensagem, uma mensagem que repito sempre: assumir a sua herança. Primeiro ponto: cuidar de sua herança. Digo o mesmo em todos os lugares. E também com esta visão tento estabelecer o diálogo entre avós e netos: que os netos assumam a herança. Digo isto em todo lugar e esta foi a mensagem. Um segundo passo, para tornar a herança explícita: mencionei, de fato, a ideia da grande Rússia, porque a herança russa é muito boa, é muito bonita. Pensemos no campo da literatura, no campo da música, até chegar a Dostojewskij que hoje nos fala de um humanismo maduro; ela assumiu esse humanismo, que se desenvolveu, na arte e na literatura. Este seria um segundo plano, de quando falei da herança, não é? O terceiro, talvez não feliz, mas falando sobre a grande Rússia no sentido, talvez não tanto geográfico, mas cultural, lembrei-me do que nos ensinaram na escola: Pedro I, Catarina II. E veio esse terceiro (elemento, ndr), que talvez não seja muito justo. Não sei. Que os historiadores nos digam! Mas, foi um acréscimo que me veio em mente porque o tinha estudado na escola. O que eu disse aos jovens russos é que assumam a sua herança, que cuidem de sua herança, o que significa não comprá-la em outro lugar. Pegar a sua herança. E que herança a grande Rússia deixou? A cultura russa é bonita e muito profunda; e não deve ser cancelada por causa de problemas políticos. Vocês tiveram anos sombrios na Rússia, mas o legado sempre permaneceu assim, nas mãos. Depois, você fala de imperialismo, mas eu não pensava no imperialismo quando disse isso, falei sobre cultura, e a transmissão da cultura nunca é imperial, nunca; é sempre diálogo, e eu falava disso. É verdade que existem imperialismos que querem impor a sua ideologia. Paro por aqui: quando a cultura é destilada e transformada em ideologia, esse é o veneno. Usa-se a cultura, mas destilada em ideologia. É preciso distinguir quando se trata da cultura de um povo e quando se trata de ideologias que surgem de algum filósofo, algum político daquele povo. Digo isso a todos, também à Igreja. Muitas vezes, dentro da Igreja se introduzem ideologias que separam a Igreja da vida que vem da raiz e sobe; elas separam a Igreja da influência do Espírito Santo. Uma ideologia é incapaz de se encarnar, é apenas uma ideia. Mas quando a ideologia toma força e se torna política, geralmente se torna ditadura, certo? Torna-se incapacidade de diálogo, de progredir com as culturas. E os imperialismos fazem isso. O imperialismo consolida-se sempre com base numa ideologia. Devemos também distinguir na Igreja entre doutrina e ideologia: a verdadeira doutrina nunca é ideológica, nunca; está arraigada no povo santo fiel de Deus; em vez disso, a ideologia está desvinculada da realidade, desvinculada do povo… Não sei se respondi.”

Robert Messner (DPA)

Bom dia. Uma pergunta sobre sua atualização da Laudato si’. Ela pode ser entendida como uma demonstração de solidariedade aos ativistas ambientais, como a “Última Geração”, aqueles que fazem protestos inacreditáveis? Talvez haja também uma mensagem nessa atualização para os jovens ativistas que vão às ruas?

“Digo de modo geral: eu não me aproximo desses extremistas. Mas os jovens estão preocupados. Um bom cientista italiano – tivemos uma reunião na Academia – fez um bom discurso e terminou assim: ‘Eu não gostaria que minha neta, que nasceu ontem, vivesse em um mundo tão difícil daqui a trinta anos’. Os jovens pensam no futuro. E, nesse sentido, gosto do fato de que eles vão à luta. Mas quando a ideologia ou a pressão política tem algo a ver com isso, não dá certo. Minha Exortação Apostólica será publicada no dia de São Francisco, 4 de outubro, e é uma revisão do que aconteceu desde a COP de Paris, que talvez tenha sido a mais frutífera até o momento. Há algumas notícias sobre algumas COP’s e algumas coisas que ainda não foram resolvidas, e há uma urgência em resolvê-las. Não é tão grande quanto a Laudato si’, mas é levar a Laudato si’ em frente, para coisas novas, e também uma análise da situação.”

Etienne Loraillère (KTO Tv)

Vossa Santidade deseja uma Igreja sinodal, na Mongólia e no mundo. A assembleia de outubro já é fruto do trabalho do povo de Deus. Como será possível envolver os batizados de todo o mundo nessa etapa? Como será evitada a polarização ideológica? E os participantes poderão falar e compartilhar publicamente o que estão vivenciando, para que possamos caminhar com eles? Ou todo o processo será secreto?

“Você falou sobre evitar pressões ideológicas. No Sínodo não há lugar para ideologia, é outra dinâmica. O Sínodo é diálogo, entre os batizados, entre os membros da Igreja, sobre a vida da Igreja, sobre o diálogo com o mundo, sobre os problemas que afetam a humanidade hoje. Mas quando se pensa em seguir um caminho ideológico, o Sínodo termina. No Sínodo não há lugar para ideologia, há espaço para o diálogo. Para confrontar uns aos outros, entre irmãos e irmãs, e confrontar a doutrina da Igreja. Seguindo em frente. Depois, quero enfatizar que a sinodalidade não é uma invenção minha: foi de São Paulo VI. Quando o Concílio Vaticano II terminou, ele percebeu que no Ocidente a Igreja havia perdido a dimensão sinodal; a Igreja Oriental a tem. Por isso, ele criou a Secretaria do Sínodo dos Bispos, que nesses sessenta anos tem levado adiante a reflexão de maneira sinodal, com progressos contínuos, indo em frente. Quando se completou o cinquentenário dessa decisão de São Paulo VI, assinei e publiquei um documento sobre o que é o Sínodo, sobre o que foi feito. Que agora avançou, amadureceu mais, e é por isso que achei muito bom ter um Sínodo sobre sinodalidade, que não é uma moda, é uma coisa antiga, a Igreja Oriental sempre teve isso. Mas como viver a sinodalidade e vivê-la como um cristão e, como eu disse antes, sem cair em ideologias. Sobre o processo da assembleia: há uma coisa que devemos preservar, a atmosfera sinodal. Este não é um programa de televisão em que falamos sobre tudo. Não. É um momento religioso, é um momento de intercâmbio religioso. Pense que as introduções sinodais terão falas de três a quatro minutos cada, serão três discursos e depois três a quatro minutos de silêncio para oração. Depois, mais três falas, e oração. Sem esse espírito de oração não há sinodalidade, é política, é parlamentarismo. O Sínodo não é um parlamento. Sobre o sigilo: há um departamento chefiado pelo Dr. Ruffini, que está aqui, e que fará os comunicados à imprensa sobre o andamento do Sínodo. Em um Sínodo, é preciso proteger a religiosidade e a liberdade das pessoas que falam. É por isso que haverá um comitê, presidido pelo Dr. Ruffini, que fará o relatório sobre o andamento do Sínodo.”

Antonio Pelayo (Vida Nueva)

Santo Padre, o senhor falou agora do Sínodo e todos estamos de acordo com o senhor sobre o fato de que este Sínodo suscita muita curiosidade e muito interesse. Infelizmente, suscita também muitas críticas que são feitas em ambientes católicos. Quero referir-me a um livro com o prólogo do cardeal Burke, que diz que o Sínodo é o vaso de Pandora de onde sairão todas as calamidades para a Igreja. Que pensa desta posição? Acredita que será superada pela realidade ou condicionará o Sínodo?

“Não sei se já disse isso uma vez. Alguns meses atrás, liguei para um Carmelo. “Como estão as monjas, madre superiora?” Era um Carmelo não italiano. E a priora me respondeu. E no final ela me disse: “Santidade, temos medo do Sínodo”. “Mas o que acontece? – disse eu brincando. Querem enviar uma irmã para o Sínodo?”. “Não, temos medo que mude a doutrina”. E isto é o que ela diz: existe esta ideia… Mas se você vai adiante na raiz dessas ideias, encontrará ideologias. Sempre, quando na Igreja se quer romper o caminho de comunhão, aquilo que rompe é a ideologia. E acusam a Igreja disto ou daquilo, mas jamais a acusam daquilo que é verdadeiro: pecadora. Nunca dizem pecadora… Defendem uma doutrina entre aspas, que é uma doutrina como a água destilada, não tem sabor de nada e não é a verdadeira doutrina católica, que está no Credo. E que muitas vezes causa escândalo; assim como escandaliza a ideia de que Deus se fez carne, de que Deus se fez Homem, de que Nossa Senhora manteve a sua virgindade. Isso escandaliza.”

Cindy Wodden (CNS)

Bom dia Santidade, gostaria de acompanhar a pergunta do colega francês sobre o Sínodo e a informação. Muitos fiéis leigos dedicaram tanto tempo, oração, envolvimento no falar e na escuta. Querem saber o que se passa durante o Sínodo, a assembleia. E o senhor falou da sua experiência do Sínodo sobre os religiosos, durante a qual alguns do Sínodo disseram “não colocar isto”, “não se pode dizer isto…”. Nós, jornalistas, nem sequer temos acesso à assembleia e às sessões gerais, como podemos ter a certeza de que o que nos é dado como “mingau” é verdade? Não há chance de ser um pouco mais aberto com os jornalistas?

“Mas abertíssimo, cara, é abertíssimo! Tem uma comissão presidida pelo Ruffini que vai dar notícias todos os dias, mas mais aberto não sei, mais aberto não sei… e é bom que essa comissão seja muito respeitosa com as contribuições de cada um e tentará não fazer mexerico, mas dizer coisas precisamente sobre o andamento sinodal que são construtivas para a Igreja. Se alguém quiser que as notícias sejam: ‘este se desentendeu com aquele outro por isso ou por aquilo’, isso é fofoca política. A comissão tem uma tarefa não fácil, de dizer: hoje a reflexão vai por este lado, vai assim, e transmitir o espírito eclesial, não político. Um parlamento é diferente de um Sínodo. Não se esqueçam que o protagonista do Sínodo é o Espírito Santo. E como transmitir isso? Para isso é necessário transmitir o andamento eclesial.”

Vincenzo Romeo (RAI TG 2)

Bom dia Santidade. O senhor é o Papa das periferias e as periferias, especialmente na Itália, estão sofrendo muito. Tivemos episódios muito preocupantes de violência, de degradação… por exemplo, perto de Nápoles, um pároco, padre Patriciello, até mesmo convidou-o para ir depois para Palermo… O que pode ser feito? O senhor costumava visitar villas miserias em Buenos Aires, então tem experiência nisso. Também a nossa primeira-ministra visitou uma destas periferias, se discute muito a este respeito. O que pode ser feito, o que podem fazer tanto a Igreja como as instituições do Estado para superar esta degradação e garantir que as periferias sejam verdadeiramente parte de um país?

“Com isso você fala das periferias como favelas: é preciso ir em frente, ir lá e trabalhar ali, como se fazia em Buenos Aires com os sacerdotes que trabalhavam nesses locais: uma equipe de sacerdotes com um bispo auxiliar à frente e se trabalha lá. Devemos estar abertos a isto, os governos devem estar abertos, todos os governos do mundo, mas há periferias que são trágicas. Volto para uma periferia escandalosa que se procura encobrir: a dos Rohingya. Os Rohingya sofrem, não são cristãos, são muçulmanos, mas sofrem porque foram convertidos em periferia, foram expulsos. Devemos ver os diferentes tipos de periferias e também aprender que a periferia é onde a realidade humana é mais evidente e menos sofisticada – (existem também, ndr) momentos ruins que não quero idealizar -, mas se percebe melhor. Certa vez, um filósofo disse algo que realmente me impressionou: ‘A realidade é melhor compreendida a partir das periferias’, lá se entende bem a realidade. Devemos dialogar com as periferias e os governos devem fazer a verdadeira justiça social, a verdadeira justiça social, ir dialogar com as diversas periferias sociais e também com as periferias ideológicas, porque muitas vezes é alguma periferia ideológica refinada que provoca as periferias sociais. O mundo das periferias não é fácil. Obrigado.”

(transcrição não oficial aos cuidados da mídia do Vaticano)

Fonte: Vatican News