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Rádio Eclesia

21/11 Francisco: Rezemos pelos pescadores, eles cuidam de nossos mares
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Com uma mensagem em sua conta na rede social “X”, o Papa recorda o Dia Mundial da Pesca, enquanto na FAO o observador permanente dom Fernando Chica Arellano e a Irmã Alessandra Smerilli, secretária do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, recordam a posição da Santa Sé sobre os trabalhadores e as necessidades do setor: os portos devem ser lugares não só de intercâmbio, mas de fraternidade, não há oposição entre ecologia e trabalho.

Francesca Sabatinelli e Alessandro De Carolis – Cidade do Vaticano

O porto é uma metáfora da vida. Um lugar de passagens, trocas, reuniões, espera. Principalmente local de ancoragem, a segurança que deixa para trás longos dias de navegação, trabalho e possíveis tempestades. Portanto, mais do que apenas um local de comércio e negócios, precisa de “responsabilidade social e uma solidariedade constante que prevaleça sobre considerações puramente centradas no lucro”. O arcebispo Fernando Chica Arellano, observador permanente da Santa Sé na FAO, Ifad e Wfp, tomou a palavra na sede da FAO para relatar a posição da Santa Sé sobre a vida dos pescadores no Dia Internacional da Pesca, ao qual o Papa dedicou um pensamento publicado em seu perfil @Pontifex no “X”: “Rezemos pelos pescadores e por suas famílias e agradeçamos-lhes porque todos os dias lançam as suas redes com um ato de fé na providência divina e cuidam dos nossos mares”.

A Santa Sé ao lado dos pescadores

Cada vez mais, observa dom Chica Arellano, os portos “são centros multiculturais de intercâmbio e diálogo, onde as relações humanas e comerciais contribuem para o crescimento econômico e social de um país, bem como para a segurança alimentar nacional”. É “essencial”, acrescentou, “intensificar os esforços para que todos esses aspectos continuem a se fortalecer e a se harmonizar em benefício de todo o setor marítimo e pesqueiro”. A Santa Sé, reiterou, “sempre esteve ao lado dos pescadores, especialmente os menos favorecidos, buscando fazer com que todos possam desfrutar do direito fundamental ao trabalho decente e a um ambiente saudável, limpo e sustentável”.

Conversão ecológica

O prelado deixou claro que é “nos portos que devem ser tomadas medidas apropriadas para a conservação e gestão dos recursos biológicos marinhos, respeitando o uso sustentável dos ecossistemas do mar”, apreciando o que foi feito em nível legal em casos recentes. Em última análise, disse o arcebispo, é uma questão de voltar à “conversão ecológica” tão desejada pelo Papa. Conversão, acrescentou Chica Arellano, que se refere a “uma ética que respeita as pessoas”, que também melhorará o bem daqueles que trabalham nos portos”. Lugares onde, lembrou, a Igreja, por meio do cuidado pastoral do Stella Maris, assiste “humana e espiritualmente” aqueles que trabalham ou transitam ali “para que seu bem-estar aumente”.

Irmã Smerilli: economia e justiça não estão em conflito

No limiar da COP 28, não nos esqueçamos “do grito de dor que sobe ao céu da terra e do mar” e, prestemos atenção ao apelo do Papa que, na Laudate Deum, adverte que os homens não estão reagindo o suficiente para evitar que o mundo se aproxime de um ponto de ruptura. Irmã Alessandra Smerilli, secretária do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, falou na FAO por ocasião do Dia Mundial da Pesca, dedicado, explica ela, “a um dos mais antigos ofícios e fontes de alimento da história humana”.

A arrogância que ameaça a honestidade

O convite da religiosa aos participantes é que adotem uma visão holística para que possamos restabelecer as conexões que “muitas vezes os interesses e as perspectivas partidárias tendem a separar”. “Não há nada de bom”, explica Smerilli, “em ver uma oposição entre ecologia e trabalho, entre alimentação e segurança, entre economia e justiça”. Smerilli considera o tema dos portos, ao qual a conferência é dedicada, como uma metáfora da vida. “Todos nós, como seres humanos, temos pontos de partida e retorno, intersecções de encontros e intercâmbios, necessidades de paz e regras comuns”, e são nos portos que “grandes e pequenas organizações operam, reunindo a comunidade local e a presença do mundo inteiro”.

Ali, explica a religiosa, é preciso combater “a arrogância dos fortes que ameaça o trabalho dos honestos e a biodiversidade marinha do planeta”. A referência clara é à “pesca destrutiva no ecossistema marinho” que explora o trabalho dos pescadores “que sabem como é importante cuidar do mar para o futuro de seu sustento”. Argumentos que provavelmente, indica Smerilli, já estão sendo abordados “em portos de todo o mundo”, bem como em organizações internacionais, para que “levem a sério sua vocação original de promover e facilitar processos de legalidade e justiça que dão voz a quem não tem voz”.

Repensar o futuro

A realidade, continua irmã Alessandra, pode ser melhor compreendida nas periferias humanas e existenciais, onde nasce uma “sabedoria do trabalho e da vida”, de modo que “os centros de poder possam se conscientizar dos efeitos e do impacto das decisões que tomam e perceber a necessidade de repensar o futuro do nosso mundo”. A Igreja, concluiu, pretende se colocar a serviço dessa “capacidade de ter sonhos e visões”, colocando-se ao lado “daqueles que trabalham pela dignidade humana, pelo cuidado do planeta, pelo crescimento da fraternidade e da amizade social em um mundo que clama por justiça e paz”.

Fonte: Vatican News

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