Muitas pessoas no mundo de hoje podem se questionar com a imagem da Cruz, pois a entendem como algo forte demais e que fere a sensibilidade humana. Por isso, é importante percebermos que nós não exaltamos a crucificação de pessoas, mas reconhecemos, na crucificação do Senhor Jesus na Cruz, um caminho de santificação. É neste sentido que exaltamos a Santa Cruz
Percebemos nessa morte cruel até onde Jesus estava disposto a entregar-se por nós. Ele, que é Deus, não se poupou dessa humilhação e deixou-se guiar pelos caminhos que o Pai dispunha para a sua missão. Ao entendermos isso, podemos perceber uma grande revolução na percepção de como Deus nos guia através da nossa vida.
Como assim? Não é verdade que muitas vezes nós rezamos para pedir milagres e esperamos com toda a nossa fé que eles sejam atendidos? Sendo assim eu te pergunto: e se Deus tiver outros planos para esta situação?
Por isso é que rezamos no Pai Nosso: “Seja feita a Tua Vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6,10), como o próprio Senhor rezou: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não a minha vontade, mas a tua seja feita!” (Lc 22, 42).
Neste sentido, amigos, os caminhos do Senhor são muito pessoais. Cada um tem as suas próprias dificuldades e desafios.
Digamos que as nossas cruzes podem ser as mais variadas: dificuldades familiares, doenças, frustrações, projetos que dão errado e até mesmo dores e escândalos na Igreja. Neste momento, começam a fazer sentido as palavras de Paulo: “Com efeito, a linguagem da Cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus“ (1 Cor 1, 18).
Através da Cruz, Jesus nos reconciliou. Toda a sua vida é um gesto de amor de Deus Pai para conosco, mas seus momentos na cruz foram uma lição que não podemos desprezar.
Através da sincera acolhida das nossas dificuldades, buscando a oração e a comunhão com Jesus Crucificado, podemos receber e perceber que Deus não nos abandona, mesmo que sintamos, como Ele, uma cruz pesadíssima.
Assim como Ele, podemos até mesmo começar a oferecer nossos sacrifícios pelo bem dos demais. E preste bem a atenção: Não precisamos sair em busca de dificuldades; a vida cristã, por si só, implica carregar as cruzes pessoais, as cruzes dos demais, as cruzes da sociedade, as cruzes da Igreja. Com isso, o Pai vai conduzindo-nos pelo caminho do testemunho da morte pessoal, que implica a cruz da vida cristã. Ou por acaso, é fácil ser cristão de verdade nas decisões pessoais, matrimoniais, familiares, eclesiais?
Cruz, fonte de salvação
A Cruz é fonte de salvação porque nela podemos ter a certeza de que estamos fazendo a vontade de Deus. Ela é a verdadeira sabedoria cristã, pois nela podemos perceber a Vontade do Pai, que não é outra senão que avancemos na nossa santificação. A cruz bem vivida questiona e anima aos demais. Faz-nos amadurecer na fé e não ser mais tão infantis quanto as nossas perspectivas de fé. Por isso, devemos olhar para a Cruz com devoção, como caminho de amorização, de conversão dos nosso corações.
Sejamos como o Cireneu (Mc 15,21): carreguemos a Cruz de Cristo. Nossas dificuldades são parte do Plano amoroso de Deus. Com Ele, podemos levar o peso desta Cruz e, com Ele, o fardo será leve.
“Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e Eu vos darei descanso. Tomai sobre vós meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11, 28-30)
Irmão André Luiz fala sobre a Exaltação da Santa Cruz
Fonte: a12.com