Com este 1º Domingo do Advento, iniciamos um novo Ano Litúrgico e abrimos, como comunidade de fé, as portas de um tempo muito precioso: um tempo de espera, de silêncios fecundos, de esperança renovada. Hoje, a liturgia nos convida a voltar o olhar para o mistério do Advento, deixando que a Palavra de Deus nos conduza com delicadeza e profundidade.
O Advento chega sempre com a ternura de quem bate à porta. É o próprio Deus que se aproxima, não com pressa ou barulho, mas com suavidade, convidando-nos a preparar o coração, a reorganizar a vida, a caminhar com mais atenção e carinho uns pelos outros.
Isaías nos apresenta seu grande sonho: todas as nações caminhando juntas rumo à paz. A visão do profeta nos lembra que o Advento é mais do que preparar o Natal externo; é permitir que a luz de Deus transforme as nossas relações, cure feridas antigas e reacenda em nós o desejo de viver como irmãos.
Em nossa paróquia, somos chamados a ser esse sinal de luz — famílias mais unidas, comunidades mais acolhedoras, gestos simples que anunciam a presença de Deus.
No salmo, sentimos o coração de um povo que caminha, que não perde a esperança, que encontra força na fé. O Advento é esse movimento da alma: sair de si mesmo, colocar-se a caminho, buscar o Senhor com alegria.
Que cada celebração em nossa igreja seja uma verdadeira casa de encontro, onde o coração de cada pessoa possa descansar e se renovar.
São Paulo fala com carinho, como quem conhece as fragilidades humanas. Ele lembra que muitos de nós carregamos cansaços, distrações e pesos. O Advento é um chamado suave, mas firme: desperta! Deixa Deus reacender em ti o que já não brilha tanto. Reveste-te de amor, de serenidade, de reconciliação.
É tempo de recomeçar. Sempre há espaço para o novo quando caminhamos com Cristo.
O Evangelho nos chama à vigilância, mas não à vigilância com medo; e sim à vigilância do amor. Vigiar é viver com o coração desperto, sensível, atento às pequenas presenças de Deus que passam por nós todos os dias — num gesto de carinho, numa palavra de conforto, numa mão estendida.
Cristo vem, continuamente. Ele vem no irmão, vem na vida, vem na comunidade. E quer nos encontrar prontos, não por obrigação, mas por amor.
Iniciemos este Advento com a alma leve. Permitamos que o Senhor faça brotar em nós uma esperança nova. Se acendermos a vela da coroa, que ela acenda também a fé dentro de nossas casas. Se caminharmos juntos, que seja com passos de fraternidade.
Que este primeiro domingo marque, para todos nós, um novo começo: mais diálogo nas famílias, mais proximidade com quem sofre, mais oração, mais confiança no amor de Deus.
Que São Judas Tadeu, nosso padroeiro e companheiro nesta jornada, nos ajude a acolher aquele que vem — sempre, todos os dias — trazendo luz, paz e vida nova.