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Rádio Eclesia

07/05 Notícias da Diocese Paróquia Senhor Bom Jesus, de Caratinga celebra festivamente a abertura do ano jubilar
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Quarta-feira, dia 1º de maio – Dia do Trabalhador e Festa de São José Operário – a Paróquia Senhor Bom Jesus, de Caratinga, celebrou festivamente a abertura do ano jubilar em comemoração aos 30 anos de criação da paróquia.

A presidência da missa ficou a cargo de nosso bispo diocesano, Dom Juarez Delorto. Contou também com a participação de vários padres e os fiéis de todas as comunidades que compõe a paróquia.

A cerimônia iniciou às 18h com uma procissão saindo da Capela Nossa Senhora de Lourdes, precedida pelo bispo, juntamente com o pároco, padre Marcondes, e grande número de fiéis.

Ao chegar ao Santuário Senhor Bom Jesus, houve uma recepção para o bispo que deu prosseguimento à celebração. Esta contou também com homenagens e coroações. Momento forte para a paróquia Senhor Bom Jesus e todo o povo de Deus que compõe este território paroquial. Tempo oportuno de fortalecer a fé e a identidade cristã.

Para a ocasião do ano jubilar ainda foram elaborados um logotipo especial e uma camisa comemorativa.

No decorrer do ano jubilar, outras atividades serão realizadas no território paroquial para marcar as três décadas de criação dessa querida paróquia.

 

Breve Histórico – 30 anos

Queridos irmãos e irmãs em Cristo,

Hoje, reunimo-nos com alegria e gratidão para celebrar três décadas de existência da nossa querida Paróquia Senhor Bom Jesus. Trinta anos de caminhada, trinta anos de fé, trinta anos de lutas e conquistas. É um marco significativo, um tempo para refletir sobre nossa trajetória, relembrar os desafios enfrentados e agradecer a todos que contribuíram para o desenvolvimento desta comunidade religiosa.

É um momento de olhar para trás e recordar como tudo começou, mas também de olhar para frente com esperança e fé.

Há trinta anos, em 1º de maio de 1994 – Festa de São José Operário, por decreto de Dom Hélio Gonçalves Heleno, nossa paróquia é oficialmente criada. Porém, o início de toda essa história remonta ao começo da década de 1960.

Nesta época, Padre Othon Fernandes Loures, era professor e diretor espiritual do Seminário Diocesano, que funcionava na Rua Coronel Antônio Saturnino, onde atualmente é a Casa Central das Irmãs Gracianas. Muito devoto de Nossa Senhora, padre Othon funda no seminário uma Congregação Mariana, juntamente com alguns seminaristas que quiseram participar. Aos finais de semana este grupo começa a fazer trabalho pastoral no Bairro Santa Cruz, ainda pouco populoso naquela época. O bairro pertencia ao território da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, que neste período é administrada pelos padres sacramentinos, da Congregação do Santíssimo Sacramento. O pároco da época, padre Davi Sarto, idoso e doente, não conseguia dar uma assistência eficiente ao bairro Santa Cruz. Padre Othon relata que encontrou ali famílias mal constituídas, ignorância religiosa, pouca frequência às igrejas da cidade. Esporadicamente, a pedido dos vicentinos, celebrava-se a missa na Capelinha da Vila Ozanan.

Percebendo a urgência e necessidade de um trabalho mais sistemático em nosso bairro, Dom Corrêa, então bispo de nossa diocese de Caratinga, autoriza ao padre Othon iniciar um trabalho de catequese no Santa Cruz. A partir daí as visitas são mais frequentes e começa-se a celebrar missa uma vez por semana, ao ar livre, debaixo das famosas mangueiras, no local onde hoje está construído o Santuário Senhor Bom Jesus. A princípio participavam cerca de 30 a 40 pessoas das celebrações. Havia também mais dois pontos de pregação, um na Rua do Buraco e outro no morro Nova Brasília (hoje, parte do Anápolis). Logo surge um grupo de coroinhas e funda-se o grupo de jovens JUBASC (Juventude do Bairro Santa Cruz).

Com as missas junto às mangueiras, surge o sonho de construir uma igreja para as celebrações. O fazendeiro, proprietário do terreno, resolve se mudar do local e vende a propriedade para a igreja. O terreno era grande. Posteriormente, a contragosto do padre Othon, parte do terreno é desapropriado pela Câmara Municipal para se abrir uma rua que vai, defronte à sede da Guarda Mirim até o então CSU (Centro Social Urbano), atualmente a Escola Municipal Barquinho Amarelo.

Com o terreno comprado, padre Othon faz a encomenda da planta da igreja ao seu irmão, engenheiro Odon, do DNER. Como a comunidade não dispunha de recursos, a construção arrastou-se por vinte e um anos. Como os fiéis eram em sua maioria das camadas mais humildes da sociedade, pensou-se em que a igreja do Santa Cruz lembrasse os barracões de fábricas e oficinas. Daí a decisão de cobrir a igreja com uma estrutura metálica, estrutura também mais em conta do que uma laje.

O padroeiro, Senhor Bom Jesus, foi escolhido pela própria comunidade, apesar do padre Othon ser mais simpático a algum título mariano.

Logo no início de seus trabalhos por aqui, padre Othon consagra o bairro ao Imaculado Coração de Maria, na noite do dia 15 de agosto, em uma procissão luminosa saindo da Rua do Buraco.

No ano de 1986, chega à paróquia da Conceição o padre Humberto Boreli, que potencializa o trabalho pastoral na comunidade Senhor Bom Jesus, construindo a casa paroquial. Já em setembro de 1987, realiza-se o 1º Jubileu do Senhor Bom Jesus, com grande adesão dos fiéis. Jubileu este que já está em seu 37º ano e traz grande riqueza espiritual para todos que dele fazem parte.

Certa vez, padre Boreli escreve que “Esperança é a riqueza maior dos habitantes da Paróquia do Senhor Bom Jesus”. Quando fala dos efeitos da criação da nova paróquia, padre Boreli ressalta: surge “nova mentalidade de ser um povo sacerdotal, a esperança de ser um bairro livre e humano, desvinculado de manipulação política e senso crítico para não se deixar enganar por salvadores da pátria e desejo forte de união para fazer cada família viver com dignidade”.

Foi exatamente o padre Boreli que preparou a comunidade Senhor Bom Jesus para se tornar paróquia em 1º de maio de 1994. Desde então, muitas histórias foram escritas, muitas vidas foram tocadas e muitas bênçãos foram derramadas sobre esta comunidade cristã. Hoje, queremos expressar nossa profunda gratidão a todos que fizeram parte dessa jornada:

  1. Padre Othon Fernandes Loures: O visionário que percebeu a importância de atender diretamente a esta comunidade. Ele viu o potencial do bairro Santa Cruz e iniciou a construção de nossa matriz.
  2. Padres que passaram por aqui como vigários (Pe. Waldir, Pe. Rondinelli, Pe. Elias Garcia, Pe. Leonardo, Pe. Malvino, Pe. Rodolfo, Pe. Marlone) e os administradores ou párocos: Padre Antônio Feliciano Teixeira, Padre José Flávio Garcia, Padre José de Fátima Rosa, Padre José Geraldo de Gouveia, Padre Agrimaldo José Teixeira, Padre Flávio Ferreira Alves, Padre Matias José Pereira, Padre Marcondes Ferreira dos Santos.
  3. Comunidades que, juntamente com a Matriz, formam o território paroquial: Bertoldo, Calixto, Dom Modesto, Matinha, Mendes, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora de Lourdes, Santa Efigênia, Santa Izabel.
  4. As famílias que se reuniam debaixo das mangueiras e nos pontos de pregação da Rua do Buraco e morro Nova Brasília. Foram vocês que deram os primeiros passos e construíram a base da nossa paróquia.
  5. Todos os fiéis: Cada um de vocês, ao longo desses anos, contribuiu com sua fé, trabalho voluntário, orações e amor. Juntos, formamos uma família espiritual unida.

Hoje, olhamos para a nossa Igreja Matriz, o Santuário Senhor Bom Jesus, construída sobre o terreno adquirido pela comunidade, e vemos o fruto do esforço coletivo. Ela é um símbolo da nossa fé e da nossa devoção ao Senhor Bom Jesus.

Que possamos ser uma paróquia missionária, acolhedora e comprometida com o Evangelho. Que a nossa história continue a ser escrita com amor, esperança e serviço aos mais necessitados.

Parabéns, Paróquia Senhor Bom Jesus! Que Deus nos abençoe abundantemente nos próximos 30 anos e além!

Amém.

Colaboração – Pe. Marlone Pedrosa

 

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Fonte: Diocese de Caratinga