“Não é por acaso que, nessa perspectiva, o número de beatificações e canonizações de homens e mulheres pertencentes a diferentes estados de vida tenha aumentado nos últimos anos: casados, solteiros, sacerdotes, consagrados e leigos de todas as idades, famílias – penso aos mártires da Polônia… – origens e culturas.”
A santidade que une
O Papa, então, aprofundou esse caminho à santidade através de três aspectos: a santidade que une, a santidade da família e a santidade do mártir. Para explicar o primeiro deles, Francisco destacou que a caridade é que une em Cristo e com os irmãos, promovendo esse percurso “não apenas um fato pessoal, mas também comunitário. Quando Deus chama um indivíduo, é sempre para o bem de todos”. A santidade que une, continuou ele, é expressa de modo particularmente comovente por Santa Teresa do Menino Jesus que “contempla a humanidade inteira como o ‘jardim de Jesus'”, testemunhando uma “evangelização ‘por atração'” (Exortação Apostólica Evangelii gaudium, 14).
“A santidade une e, através da caridade dos santos, podemos conhecer o mistério de Deus que ‘unido […] a cada homem’ (Gaudium et Spes, 22) abraça toda a humanidade em sua misericórdia, para que todos sejam uma coisa só (cf. Jo 17,22). Como o nosso mundo precisa encontrar a unidade e a paz em um abraço como esse! Precisamos disso…”
A santidade de família
Ao tratar da santidade familiar, o Papa trouxe a imagem da Sagrada Família de Nazaré, além de tantos outros exemplos que a Igreja nos oferece hoje, como os próprios pais de Santa Teresinha, os Santos Luís e Zelia Martin. Eles lembram que “a santificação é um caminho comunitário”:
“A santidade dos cônjuges, assim como a santidade particular de duas pessoas distintas, é também santidade comum na conjugalidade: daí a multiplicação – e não mera adição – do dom pessoal de cada um, que se comunica.”
A santidade dos mártires
Ao aprofundar o terceiro aspecto, sobre a santidade dos mártires, o Papa explicou que não houve período na história da Igreja “que não tenha tido seus mártires até os dias de hoje”. Muitas vezes se trata de “comunidades inteiras que viveram heroicamente o Evangelho ou ofereceram a vida de todos os seus membros a Deus”. Francisco, então, finalizou o discurso trazendo o exemplo de Asia Bibi, a mulher cristã condenada no Paquistão por blasfêmia. Após 9 anos de prisão e tortura, ela foi absolvida em outubro de 2018, após uma odisseia judicial e uma intensa mobilização social no mundo.
“E nós achamos que esses mártires são coisas que não existem… mas pensemos em um caso de vida cristã vivida em contínuo martírio: o caso de Asia Bibi, que por tantos anos esteve na prisão, e a filha lhe levava a Eucaristia… E tantos anos até o momento em que os juízes disseram que ela era inocente. Quase 9 anos de testemunho cristão! Ela é uma mulher que continua a viver, e há muitos, muitos assim, que com o testemunho dão testemunho de fé e caridade. E não esqueçamos também da nossa época que tem tantos mártires!”
Fonte: Vatican News