A mensagem do Papa Francisco à Diretora-Geral da UNESCO, Audrey Azoulay, por ocasião do Dia Internacional da Alfabetização de 2023, foi enviada pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Parolin. No texto, lê-se: “As estimativas do número de pessoas sem competências básicas de alfabetização continuam a ser alarmantes, representando um obstáculo ao pleno desenvolvimento do seu potencial.”
Thulio Fonseca – Vatican News
Nesta sexta-feira (08/09), celebra-se o Dia Mundial da Alfabetização. Para a ocasião, o Santo Padre enviou uma mensagem, assinada pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, à Diretora-Geral da UNESCO, Audrey Azoulay. Francisco em sua mensagem saúda todos os participantes da Conferência Mundial organizada na sede da UNESCO em Paris, no âmbito da celebração do Dia Internacional da Alfabetização 2023. O Papa expressa também sua proximidade aos envolvidos em diversas iniciativas a nível regional, nacional e local em todo o mundo para celebrar este importante dia e refletir sobre o tema deste ano: “promover a alfabetização para um mundo em transição, construindo as bases de uma economia sustentável e pacífica”.
“A educação e a aprendizagem da alfabetização desempenham um papel central e primordial no desenvolvimento de cada pessoa, na sua integração harmoniosa na comunidade e na sua participação ativa e efetiva no progresso da sociedade”, destaca a mensagem, enfatizando que a Santa Sé aprecia particularmente a ação da UNESCO em favor da alfabetização, que, embora atendendo às necessidades econômicas e práticas, visa fundamentalmente a promoção e o desenvolvimento do ser humano, em conformidade com sua vocação pessoal, social e espiritual.
Ao abordar as estimativas atuais sobre o número de pessoas sem competências básicas de alfabetização, que são alarmantes, a mensagem ressalta que “nosso mundo precisa das competências e da contribuição de todos para melhor enfrentar os desafios da atualidade”. Entre os temas presentes na mensagem do Papa está o da tecnologia mal gerida, descontrolada e até prejudicial, e segundo Francisco, será necessário criar políticas e leis destinadas a incentivar a aquisição de competências digitais que não negligenciem uma ampla reflexão ética sobre a utilização dos algoritmos, orientando o uso de novas tecnologias em direção a um caminho responsável e humano.
No texto, o Secretário de Estado apresenta três desses desafios indicados pelo Papa. O primeiro é o da alfabetização para a paz: “Num mundo dilacerado por conflitos e tensões, é fundamental não nos habituarmos ao vocabulário da guerra e da discórdia. O vocabulário da paz significa restaurar o valor do diálogo, da prática da bondade e do respeito pelos outros.”
Um segundo desafio é o da alfabetização digital: “A revolução digital e os desenvolvimentos na inteligência artificial estão expandindo rapidamente nosso acesso à informação e nossa capacidade de nos conectarmos uns com os outros para além do espaço físico.” No entanto, lê-se no texto: “Persiste um grande ‘fosso digital’, com milhões de pessoas permanecendo à margem porque estão privadas de acesso não apenas a bens essenciais, mas também às tecnologias de informação e comunicação.”
O terceiro desafio é o da alfabetização em ecologia integral. Francisco recorda que a degradação da natureza está intimamente ligada à “cultura do desperdício” que hoje caracteriza a convivência humana, por isso é necessário “promover com paciência e tenacidade a aprendizagem de comportamentos mais sóbrios e solidários, que tenham impacto direto no cuidado do próximo e da criação.”
A mensagem enviada pelo Secretário de Estado do Vaticano se conclui com a bênção do Papa Francisco, que assegura suas orações pela fecundidade das reflexões da conferência, bem como pelo sucesso do compromisso pela alfabetização, que visa lançar as bases de uma vida sustentável e sociedades pacíficas.
Fonte: Vatican News