A Pastoral da Aids da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove, de 13 a 15 de outubro, em Vitória(ES), o XVIII Seminário Nacional de Prevenção ao HIV. Com o tema ‘Tecendo as Relações para Fortalecer a Rede’, o encontro que será realizado no Centro de Treinamento Dom João Batista vai reunir lideranças da pastoral de 20 estados brasileiros.
O grupo formado por coordenadores regionais e agentes de pastoral junto com o assessor eclesiástico, o secretário nacional e o bispo de Friburgo (RJ) e referencial para a Pastoral da Aids, dom Luiz Antônio Ricci, vão construir um novo Plano Pastoral para o triênio de 2023-2026.
A proposta do encontro é refletir sobre o papel da Igreja na prevenção do HIV, discutindo metodologias, estratégias de prevenção, aprofundando as tendências da epidemia, novas tecnologias e inovações no campo teórico e epidemiológico.
O Plano Pastoral vai der construído com o foco na qualificação dos agentes da Pastoral da Aids para atuação no campo da promoção e prevenção a saúde, através de um processo educativo que busque soluções para os desafios relacionados às populações mais vulneráveis em seus diferentes contextos sociais, históricos e estruturais, visando ampliar as ações de base comunitária com o cuidado integral à saúde.
O universo que envolve a epidemia do HIV é complexo. A Pastoral da Aids aponta que muitas pessoas são reticentes a este trabalho e muitas vezes se experimenta fracassos e desilusões.
“Temos convicção de que muita gente redescobre o sentido da vida por causa do contato com a Pastoral e seus agentes.”, diz a secretaria Nacional. E continua “atuamos num terreno movediço, com pessoas de diferentes credos, muitas sem nenhuma vinculação religiosa. Lidamos com o limite da vida, com pessoas que estão na marginalidade e com muitas dificuldades de se reintegrarem. No entanto, estamos nestes ambientes para manifestar o rosto misericordioso de Deus e sinalizar o amor incondicional do Pai que nos ama apesar de tudo.”, ressalta.
A Pastoral da AIDS trabalha em parceria com o Ministério da Saúde do Brasil, à medida que coloca suas ações em sintonia com o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, assegurando dessa forma, em lugar de sobrepô-las, a ampliação das respectivas ações.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que desde o início da epidemia, em 1980, até os dias atuais, mais de 38 milhões de pessoas morreram de AIDS em todo o mundo, dessas mais de 680 mil somente no ano de 2020. E continuam a morrer.
Uma análise do UNAIDS revelou que os lockdowns e outras restrições impostas pela Covid-19 interromperam os novos testes de HIV e, em muitos países, levaram a quedas acentuadas nos diagnósticos e encaminhamentos para o tratamento do HIV, dificultando o diagnóstico precoce e consequentemente início do tratamento.
Sem contar os impactos potenciais que a pandemia de Covid-19 poderá ter sobre o fornecimento de medicamentos antirretrovirais para tratar o HIV. Segundo o Boletim Epidemiológico (BRASIL, 2021), desde o início da epidemia de Aids no Brasil (1980) até 31 de dezembro de 2020, foram notificados 360.323 óbitos tendo o HIV/Aids como causa básica.
Fonte: cnbb.org.br